Psicanálise
| 29 de maio de 2020
Por adminfreudiano
Tradicionalmente as universidades estão se tornando palco importante para a propagação do saber da Psicanálise. A princípio, essa inserção ocorreu por meio dos cursos de medicina e posteriormente, se inseriu nos currículos dos cursos de psicologia. Essa inscrição é fruto de uma tentativa de profissionalizar a Psicanálise, o que gera uma série de desencontros e indeterminações, uma vez que “a Psicanálise é um ofício e não uma profissão que chega com um diploma”.
Freud já se questionava sobre a relação da Psicanálise e a universidade, um dos exemplos é seu escrito intitulado: “O ensino da Psicanálise nas universidades”. Mas afinal, se ensina Psicanálise na universidade? Existe um ponto controverso quanto a isso, pois para os autores a Psicanálise não se ensina, se transmite. O ensino impõe um saber pronto, já a Psicanálise propõe uma descoberta e uma procura daquilo que não está pronto, ou seja, uma Psicanálise é justamente a experiência do encontro com o saber em falta.
O fato de a transmissão da Psicanálise implicar uma mudança subjetiva do sujeito, esbarra-se em algumas resistências por parte dos mesmos, talvez pelo fato de que suas expectativas se ancorem em um objeto pronto a ser consumido, ou não se encontrarem a disposição para se a ver com suas próprias questões. Para tanto, alguns alunos acabam a “deixando de lado” como algo que não contribuiria para sua formação.
A experiência nos aponta que a Psicanálise contribui para um enriquecimento de um olhar clínico que não se desvincula de um social, além de sensibilizar o sujeito da importância de se cuidar dos seus próprios desejos e das relações.
Adeptos ou não, a Psicanálise aponta para um fato ético, de que esses profissionais que buscam sua formação pautadas em uma oferta de serviço para o humano, independente de sua abordagem é imprescindível que esse sujeito vá além do que lhe é transmitido. Em uma psicoterapia não se trabalha apenas aquilo que o sujeito acredite como importante para ele, mas também com a transformação daquilo que ele renega como inútil.
Na dúvida, Freud não explica, ele implica!
Isadora Nunes Pires
Graduando em Psicologia pelo UNIPAM
Gustavo César F. Santana
Psicólogo e Residente em atenção à Oncologia – HC/UFU
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.